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Odontologia
bom dia
gostaria de discutir a classificaçao de artigos definida em um dos manuais da APECIH que trata da prevençao das infecçoes em odontologia na pagina 11 seringas e agulha sao classificadas como criticos e dai partem algumas duvidas:
1) tais artigos incuiem os carpules?
2) as agulhas devem ser de uso único e as seringas de metal (desconheço se existem seringas-carpule de plastico) práticamente não tem contato com a mucosa e se acontece me parece ser o mesmo princípio dos endoscópios que necessitam de tratamento para desinfecção e não esterilização? Estou errado?
3) o sistema da seringa-agulha carpule não permite refluxo e dai reforça a minha dúvida se a seringa não pode ter tratamento como artigo semi-crítico.
obrigado
Antonio Anselmo
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Enviada por , em 22/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Prezado Antônio Anselmo,
Gostaria de colaborar com suas dúvidas,
Cabe umas reflexões quanto ao uso de desinfetantes ou mesmo de esterilização química na odontologia. Enquanto o ácido peracético não estiver consagrado pelo uso, os "liquidos" atuais nos causam mais transtornos que benefícios. Veja bem, você considera prático colocar seringas, espelhos, "brocas" em substâncias como o glutaraldeído, que necessita de EPI para manuseio, recipiente com tampa, tempo adequado, lavagem com água estéril ou potável para remoção total da substância, secagem com compressas estéreis ou não (se esterilização ou desinfecção) e depois, vamos armazenar sob que condição? Nada mais simples e prático que processar adequadamente, embalar em papel grau cirurgico, caixas, etc... dependendo do processo de esterilização.
É prática rotineira de alguns
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CDs deixarem brocas nos mais variados tipos de líquidos desinfectantes, alguns cancerígenos, que deixam resídos toxicos, etc... e usam estas brocas diretamente do líquido para a cavidade oral. É preciso repensar estes habitos!
1. As seringas carpules devem ser consideradas críticas, pois apesar de não penetram em tecidos o procedimento da anestesia é crítico;
2. As seringas Carpules são fácilmente esterelizáveis em estufas ou autoclaves;
3. Existem seringas Carpules com sistema de refluxo, o êmbolo possui uma seta ou rosca que fixa a borrachinha do anestubo e peremite o refluxo da solução.
Aproveito a oportunidade para lembrar a máxima de que: "Nunca desinfete o que pode ser esterilizado"!
Fico a sua disposição para qualquer dúvida, sempre fico imensamente feliz quando vejos colegas refletirem sobre estes assuntos.
Um grande abraço
Miriam
Respondida por Miriam, em 24/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Bom dia,
Penso que seringas (inclusive as carpules) e agulhas devem sim ser classificadas como criticos, pois entram em contato com a mucosa, saliva e sangue.
Como as seringas carpule são metálicas e podem ser esterilizadas tanto em estufa como em autoclave, não vejo justificativa para esterilizá-las quimicamente ou somente realizar desinfecção.
Este é um risco que não se justifica, pois pode haver resquícios de sangue na seringa que são imperceptíveis a olho nu. Além do próprio contato com a saliva e mucosa. Na realidade, nenhum instrumental odontológico que entrasse no interior da cavidade bucal deveria ser somente desinfectado, mas sim esterilizado.
Existem sim seringas carpule, principalmente aquelas usadas pelos especialistas em cirurgia e traumatologia buco maxilo facial
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que possuem dispositivo para refluxo. Na realidade, todas as sergindas carpule deveriam permitir refluxo, mas isso ainda não é uma realidade no Brasil
Também existem seringas específicas para uso odontológico que são descartáveis.
Allan Ulisses Carvalho de Melo
Mestrando em Diagnóstico Bucal - UFPB
Especialista em Saúde Pública
Staff do Serviço de Odontologia Hospitalar do Hospital
Governador João Alves Filho - SE
Allan Ulisses Carvalho de Melo
Aracaju-SE
Respondida por Allan U C Melo, em 24/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Bom dia
Sobre as carpules.
Me parece que por ser material metálico, passível de esterilização em autoclave e estufa, deve sim ser esterilizado e não desinfetado.
No ato da anestesia, há perfuração de mucosa e, inevitavelmente, há sangramento no local descaracterizando as carpules como simplesmente semi-críticos. Além dissso, se preconiza que materiais semi-críticos sejam esterilizados sempre que possível.
A esterilização deve ser sempre a primeira opção, se as características do objeto não permitirem a ação de calor, faz-se então desinfecção.
Shély, dentista e profa das FSJ - RJ
Respondida por Shély, em 28/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Prezado Antonio Anselmo
A decisão de desinfetar ao invés de esterilizar não é só baseada na classificação, mas também na possibilidade de padronização do processo, e até a sua facilidade.
Uma primeira impressão é que desinfetar é mais fácil do que esterilizar, mas normalmente não é. Com relação aos endoscópios é uma questão de tempo, pois a parte mais difícil é a limpeza .
Em um consultório odontológico, você normalmente tem uma auxiliar gerenciando os materiais, e responsável por outras atividades. Já numa central de esterilização, você tem (ou deveria), uma enfermeira responsável, capaz de tomar a decisão se aquele item deve ser esterilizado ou pode ser desinfetado, mantendo ou alterando protocolos existentes. Desinfetar corretamente, é mais
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caro e mais complicado,e só se justifica quando a relação custo benefício aponta para este lado.
Sendo assim, em consultórios odontológicos a recomendação, por segurança e facilidade, todo material (crítico ou semi-crítico)termorresistente deve ser esterilizado por autoclavação, e somente o que não for possível desinfetado/esterilizado quimicamente. Facilita os protocolos, e diminui a chance de erro.
Espero tê-lo ajudado.
Atenciosamente
Liliana
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Consultora de Biossegurança Cristófoli
Bióloga CRB 18469/01-D
Mestranda em Saúde Coletiva FMB-UNESP
tel 0 XX- 14-32241003 cel - 0 XX-14-9771-5273
E-mail lilianadonatelli@uol.com.br
Respondida por Liliana, em 28/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Antonio Anselmo:
Fazemos parte da Comissão de Controle de Infecção Ambulatorial (CCIA) do CECOM - UNICAMP, onde estamos, junto com a CCIH do HC - UNICAMP, normatizando procedimentos em relação a artigos usados em nossas clínicas ( Clínica Médica, Ambulatório de Assistência à Mulher e Serviço de Odontologia).
Especificamente em relação à seringa carpule, no nosso Serviço, por causa do volume de atendimento e facilidade no uso da autoclave, optamos por esterilizá-las, independente do procedimento a ser realizado.
Quanto às serigas plásticas descartáveis, temos conhecimento da existência, mas nenhuma experiência ou maiores informações.
Em relação aos indicadores biológicos (IB) e integradores químicos (IQ), o IB nós fazemos 3 vezes por semana ( kit cirurugico no meio da carga) e
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o IQ diáriamente, em todos os pacotes de cirurgia, com a orientação ao CD que fixe-o no prontuário do paciente para controle.
Vale ressaltar que a nossa CCIA é recentemente formada e estamos tentando acertar o máximo possível. Colocamo-nos a disposição para futuros contatos.
Pela CCIA,
Maria Ângela Darros - Enfermeira
Míriam Caldeira Tomazela - Cir. Dentista
Respondida por Maria Ângela, Miriam, em 28/09/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Prezado Anselmo
Em relação as carpules acredito não haver mais dúvidas. Devemos considerar como sendo um artigo crítico e para tanto, sempre esterilizar.
Existe no mercado seringas descartáveis. São da DFL, ou melhor, são por ela importadas. Mas sua relação custo não favorece muito o seu uso. Talvez para momentos estratégicos.
Até mais
Benedito Umberto
Campinas
Respondida por Benedito Umberto, em 01/10/2004
Odontologia - Classificação de artigos
Primeiramente agradeço as respostas "segundamente" como são tratados os tubetes de anestésico uma vez que sem muita orientação a respeito encontrei serviços aplicando alcool 70% em sua superficie, outros imersão em glutaraldeido e um outro que encaminhava para oxido de etileno (no tempo da ACECIL) agora com outras prestadoras de serviço os tubetes passaram a ser devolvidos com orientações técnicas justificando como prática inadequada
