Embora a eficácia da vacina contra hepatite B seja bem conhecida, não há um consenso no que se refere ao tempo de duração desta proteção. É sabido que o nível de anticorpos anti-HBs sofre considerável declínio nos primeiros 21 a 24 meses (em torno de 90%) seguido por uma redução mais lenta em 2 a 4 anos (50%).
Apesar desta diminuição ao longo do tempo, observa-se em diferentes estudos, níveis adequados de antiHBs por períodos muitas vezes superiores a 10 anos. Quanto maior for o título de anticorpos específicos na resposta inicial, maior será o tempo de persistência destes anticorpos ou seja o título atingido após a vacinação é determinante na duração da proteção, se considerado a presença de anticorpos em título > 10mU/mL.
Entretanto, parece que a manutenção de títulos de antiHBs não é essencial para garantir a proteção de um indivíduo que tenha respondido a uma série prévia de vacinação. Diversos estudos demonstraram que a memória imunológica permanece mesmo após a queda de nível protetor de anticorpos, evidenciado pelo fato de haver rápido aumento de antiHBs após dose adicional da vacina. Este fato é importante para sugerir que há permanência de proteção mesmo após a queda do nível de anticorpos, pois demonstra que os vacinados que responderam ao esquema vacinal estão aptos a apresentar rápida resposta ao estímulo do HBV. Neste sentido, alguns estudos evidenciaram infecção subclínica, identificada pelo aparecimento de antiHBc ou por elevação de títulos de antiHBs, não sendo identificado HbsAg após a exposição ao HBV.
Com base em tudo que foi comentado, até o momento não existem dados que sustentem a recomendação de doses de reforço para indivíduos imunocompetentes que tenham respondido ao esquema inicial.